segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Verdadeira História do Meu Baixo

 Texto retirado do blog  gilez.blogspot.com

      Eu tenho um baixo Fender muito bala. É pesado como um baixo deve ser, não tem muita frescura de equalização - é deixar o botão do tom no grave e deu. Mesmo assim, tem um som legal. Esses dias o paulinho paulada, que bota som nos shows eventualmente, comentou "afude esse teu baixo, cara. Não é aqueles Fender mexicano falcatrua."
      Respondi que na verdade é um Fender brasileiro, série Southern Cross. E foi tudo o que eu soube dizer pra ele - nunca fui fanático por instrumentos, nem mesmo tentei saber melhor como é a tal série brasileira da Fender, fabricada pela Giannini.
      Mas depois disso fiquei curioso e fui atrás. Descobri um depoimento do engenheiro Carlos Assale, fundador da marca Dolphin e responsável pelas Fender fabricadas no Brasil quando trabalhava na Giannini. É do site "Super Guitarra". Eis a verdade sobre as Fenders brasileiras, das quais meu baixo é um nobre representante:

P - Você foi o responsável pelas Fender by Giannini. Como foi possível licenciar a marca Fender?
R - É verdade, o projeto Southern Cross. A Giannini tinha conseguido em 1990 uma licença para a fabricação das Fender aqui. O objetivo da fábrica americana era ter um fornecedor de violões tradicional, a quem pudesse confiar essa linha de instrumentos. Foi uma troca de interesses. Coincidentemente, foi na mesma época que eu estava deixando a Dolphin. O Giorgio Giannini - que apesar de ferrenho concorrente tinha comigo uma relação de amizade, respeito e admiração - me convidou para assumir a direção técnica da empresa e, entre outras coisas, tocar o projeto Fender/Giannini. Começamos a trabalhar em 1991 e enviar amostras para aprovação. Eu fui a interface com a Fender, acompanhado do Roberto Giannini. Visitamos as fábricas de Ensenada e Corona muitas vezes, trabalhamos o produto, demos aulas sobre design e fabricação de acústicos.
     Aprovamos o braço em pouco tempo mas o corpo levou uns dois anos e MUITAS amostras - foi preciso muitas mudanças de ferramental. É incrível como a Fender é sensível ao shape da Stratocaster, que é na verdade sua marca registrada, sua identificação. No fim recebemos um fax do Dan Smith, diretor de marketing da Fender, dizendo que o produto tinha melhorado 4000% e que a confiança era tanta que pela primeira vez eles iriam permitir que um produto produzido fora de suas fábricas e sem seu envolvimento comercial ostentasse o nome Fender no headstock. Fabricávamos em lotes e eles só iam para o mercado depois que um representante deles viesse fazer uma minuciosa inspeção. Elas eram até pesadas!
    Foram produzidos cerca de 5000 instrumentos de 1993 a 1995. O projeto foi abortado porque as peculiaridades econômicas do Brasil somadas ao royalty muito alto tornaram tudo economicamente inviável. As más línguas dizem que foi por problemas técnicos que tudo parou, mas nunca houve nenhum problema desse tipo.

P - As Fender brasileiras tinham a mesma qualidade que as americanas, mexicanas e japonesas?
R - Conheci bem essas fábricas e seus produtos. Posso dizer com segurança que, fora o hardware e a captação, não há nenhuma diferença em relação às americanas. Com as outras não há nenhuma. É o que o pessoal que vem testando e comparando tem descoberto.

P - A Giannini chegou a fabricar violões para a Fender? Se sim, esses violões foram exportados? Eram top de linha ou apenas uma linha básica?
R - Não chegou a fabricar PARA a Fender, mas para o mercado interno. Era um violão tipo "Folk" (estilo D da Martin), comercializado por aqui com a marca Fender. Na verdade esse foi o verdadeiro início do projeto.
 
Aqui alguns instrumentos desta época.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Violão Giannini 1960

        Este violão foi comprado de um tiozinho que passava em frente da minha casa e vendia bugigangas, perguntei se ele fazia rolo no violão e ofereci R$20,00. Pra minha sorte ou azar, sei lá, ele aceitou e saiu todo faceiro com grana no bolso e eu com um sorriso na orelha por ter comprado este violão da década de 60.
        Agora vou descobrir que modelo ele é e reformá-lo...

        André Ciccarino



 
Foto interior do tróculo.


Dentro do violão, achei uma figurinha do chicle Ping Pong dos anos 90.
O antigo dono teve a "genial idéia" de passar verniz com um pincel em todo o violão,
passando inclusive por cima das cordas... 
Durante o lixamento.
Tampo já lixado e sem cavalete.

Detalhe do tampo, algum morador indigesto passou por alí e deixou suas marcas na madeira.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Guitarra Giannini GG08 Azul Metálica

 Guitarra achada á venda no Mercado Livre a algum tempo já.
Não tenho muitos detalhes dela, mas segundo o dono os captadores são japoneses, as tarrachas provavelmente foram trocadas pois são estilo vintage, não sendo compatível com a idade dela...
Se alguém tiver informações, faça um comentário!!! 







domingo, 20 de fevereiro de 2011

Violão Giannini AWNC4 - Fabricado pelo Sr. Sugiyama

Trecho retirado de uma conversa no fórum Cifraclub

...não passaram por nenhum restauro ainda?
...Achei um crime, terem cortado um deles pra colocar uma Captação TRON, que tem pouca ou nenhuma qualidade
Também acho uma "judiação" aquele tron...
Adquiri recentemente. Antes, porém, tive a oportunidade de tocar em pelo menos três Sugiyamas: um ESJ-66, um EX-66 e num GT-65 (todos cedro). O fato é que sinto neles as mesmas características relativas à sustentação e profundidade do som. Estes de pinho brilham mais. Os de cedro são mais suaves e cintilantes. Ao perguntar sobre o AWNC 4, o Sugiyama me disse que eram de sua autoria, embora feitos em uma fábrica.


Estes exemplares (1978- n 4) e 1979 (n 10) estão em perfeito estado. Pertenciam a um colecionador. Quando os adquiri, um deles estava no case, e o outro, ainda no plástico e na caixa de papelão.
O violão com captação (1978) tem som mais contido, mas a madeira parece ser superior, e o som tem mais nitidez e brilho. E o 1979, mais projeção e profundidade. Ambos, no entanto, são bem equilibrados. Mas ainda terei que dar uma amaciada... principalmente no 78. O outro está aberto...







sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Super-Man da Giannini

                "Esse cara aí em baixo é um dos luthiers mais conhecidos da Giannini, o nome dele é Josino dos  Santos, faz milagre com qualquer pedaço de madeira encontrado em seu Atelier. Hoje já não fabrica mais guitarras para a empresa, abriu seu próprio negócio e continua contribuindo para a história dos instrumentos.
                Além dele, ainda passou pela Giannini o Sr. Sugiyama, num outro post irei colocar alguns violões fabricados por ele."
      
                André Ciccarino


Guitarra Giannini GG08 1978

               "Comprei esta guitarra em duas vezes, na primeira vez que vi ela pendurada na loja já dei metade do valor para que ninguém mais pusesse os olhos nela, o legal foi o valor que paguei, apenas R$350,00...
               Claro o som dela não é dos melhores, porém a qualidade que encontrei ela na loja, praticamente nova, foi paixão à primeira vista..." 
 
                André Ciccarino
 
 





Guitarra Giannini GG01T - New Blindage

       "Adquirida em abril de 2008. Não tenho certeza quanto à originalidade da pintura, mas as peças são originais. Troquei os knobs, pois os que vieram nela não eram originais. Vendida em maio de 2008."

        Alô Prado







Guitarra Giannini Apollo AEA6 déc 60

"Adquirida em junho de 2008. Passou por uma pequena reforma, com reparo das molduras dos captadores e troca da parte elétrica. Fora isso, tudo original."

Alô Prado